A sexualidade, um bem-estar em qualquer idade !

Envelhecer com saúde não se resume a manter uma boa condição física ou prevenir doenças. É também manter uma qualidade de vida global, na qual o bem-estar emocional, relacional e íntimo ocupa um lugar essencial. Por muito tempo considerada secundária, ou mesmo tabu entre os idosos, a sexualidade impõe-se hoje como um verdadeiro alavanca para a saúde e o bem-estar em qualquer idade. Longe de desaparecer com o passar dos anos, ela evolui, se transforma e pode continuar a enriquecer a vida pessoal e afetiva.

Envelhecer com saúde não se resume a manter uma boa condição física ou prevenir doenças. É também manter uma qualidade de vida global, na qual o bem-estar emocional, relacional e íntimo ocupa um lugar essencial. Por muito tempo considerada secundária, ou mesmo tabu entre os idosos, a sexualidade impõe-se hoje como um verdadeiro alavanca para a saúde e o bem-estar em qualquer idade. Longe de desaparecer com o passar dos anos, ela evolui, se transforma e pode continuar a enriquecer a vida pessoal e afetiva.

Ao contrário do que se pensa, o desejo não desaparece abruptamente com a idade. Ele pode flutuar, se manifestar de maneira diferente, mas continua presente em muitas pessoas idosas. As mudanças hormonais, a menopausa na mulher ou a andropausa no homem, podem alterar as sensações ou o ritmo das relações sexuais, sem, no entanto, torná-las impossíveis. Pelo contrário, este período da vida pode ser uma oportunidade para redescobrir o seu corpo, ouvir melhor as suas necessidades e privilegiar uma sexualidade mais suave, mais consciente e mais rica do ponto de vista emocional.

A sexualidade desempenha um papel importante no bem-estar psicológico. Ela contribui para reforçar a autoestima, manter uma imagem corporal positiva e combater o sentimento de solidão, frequente em pessoas idosas. O contato físico, as carícias, a ternura e a intimidade favorecem a produção de endorfinas e oxitocina, hormônios associados ao prazer, ao relaxamento e ao vínculo afetivo. Esses efeitos benéficos contribuem para a redução do estresse, a melhora do sono e um melhor controle das emoções.

No plano físico, uma vida sexual ativa também pode apresentar vantagens. Ela estimula o sistema cardiovascular, estimula a circulação sanguínea e contribui para a manutenção de certas funções corporais. Nas mulheres, a atividade sexual regular pode ajudar a preservar a elasticidade vaginal, enquanto nos homens contribui para a manutenção da função erétil. É claro que esses benefícios variam de acordo com o estado de saúde de cada um, mas eles ressaltam que a sexualidade é parte integrante de um estilo de vida saudável.

No entanto, envelhecer em boa forma sexual também implica superar certos obstáculos. Dores, doenças crônicas, tratamentos médicos ou fadiga podem afetar a libido e o desempenho. O diálogo com profissionais de saúde é, portanto, essencial. Muitas vezes, os pacientes hesitam em abordar esses assuntos, e os profissionais de saúde nem sempre se atrevem a mencioná-los. No entanto, existem soluções: ajuste de tratamentos, acompanhamento psicológico, reabilitação, lubrificantes ou até mesmo terapias de casal.

A comunicação dentro do casal também é um pilar fundamental. Com o tempo, as expectativas e as capacidades evoluem. Expressar seus desejos, medos e limites permite manter uma intimidade harmoniosa e respeitosa. Para as pessoas solteiras, a sexualidade também pode ser expressa através da redescoberta de si mesmo, sem culpa ou julgamento. O direito ao prazer não desaparece com a idade.

Por fim, é essencial desconstruir os estereótipos sociais que associam sexualidade e juventude. Essas representações contribuem para invisibilizar a vida íntima dos idosos e podem gerar vergonha ou autocensura. Valorizar uma visão positiva e realista da sexualidade dos idosos contribui para um envelhecimento mais sereno e livre.

 

 

Conclusão

Envelhecer em forma é aceitar que o corpo muda, reconhecendo que o desejo, o prazer e a intimidade continuam sendo dimensões essenciais da vida humana. A sexualidade, longe de ser um luxo ou um vestígio do passado, constitui um verdadeiro trunfo para o bem-estar em qualquer idade. Ao promover a escuta de si mesmo, o diálogo, a benevolência e o acompanhamento adequado, ela contribui para um envelhecimento mais pleno, mais confiante e profundamente vivo.

 

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Cécile AGUESSE,
Geronto-psicólogo.

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