Esta doença progressiva é causada por depositos de proteina Tau e Beta-amiloide, que impedem o funcionamento neuronal normal, limitando, em ultima instância, a autonomia dos pacientes em todas as atividades da vida diaria.
Os estudos sobre esta doença são numerosos e têm se multiplicado por décadas na tentativa de conter o flagelo da doença de Alzheimer, um verdadeiro problema de saude publica. Entre as pesquisas em andamento esta a de Bruno Dubois, um neurologista francês que atua no Hospital Salpêtrière em PARIS, que coordena o estudo “Insight”.
Lançado em 2013, o estudo “Insight” visa verificar se os pacientes portadores de lesões de Tau e/ou Amiloide desenvolverão a doença de Alzheimer à medida que envelhecem. Para verificar esta hipotese, a equipe de Bruno Dubois recrutou 318 sujeitos experimentais com uma média de idade de 76 anos. Entre estes sujeitos experimentais, alguns tinham um perfil cognitivo normal, outros tinham lesões amiloides e outros tinham lesões tanto amiloides quanto tau.
Os sujeitos da experiência foram submetidos a avaliações psicométricas a cada 6 meses para monitorar seu desenvolvimento cognitivo. A cada ano foram adicionadas amostras de sangue, bem como um encefalograma e uma medida de sua atividade motora. A cada dois anos, cada um deles era exposto à imagem cerebral por ressonância magnética e a uma medição da atividade metabolica de seu cérebro por tomografia por emissão de positrons. Todos esses exames duraram 5 anos e os resultados obtidos foram os seguintes :
1- nos individuos com lesões amiloides (88 no total), 12 deles desenvolveram a doença de Alzheimer ; este fenômeno significa que mesmo que o paciente tenha lesões amiloides, estas por si so não explicam a evolução patologica,
2- em individuos experimentais com lesões amiloides e tau, a ocorrência da doença de Alzheimer também não é maior do que em individuos com lesões amiloides ; consequentemente, a presença de lesões amiloides e tau parece insuficiente para explicar a manifestação patologica.
O estudo “Insight” demonstrou a necessidade de uma combinação de fatores para que a doença se manifeste em pacientes envelhecidos. Estes fatores foram identificados e são :
1- a presença de lesões cerebrais,
2- idade avançada (quanto mais velho você for, maior o risco de desenvolver a doença),
3- genética (portadores da variante E4 do gene Apolipoproteina estão em maior risco),
4- o tamanho do hipocampo, uma estrutura envolvida na memoria e navegação espacial (quanto menor seu volume, maior o risco de desenvolver a doença),
5- desempenho cognitivo abaixo da média em testes psicométricos,
6- anormalidades na glicorregulação (diabetes), fatores de risco vascular, inflamação…
Para concluir, digamos que nem todos os pacientes com lesões de Amiloide e Tau desenvolverão necessariamente a doença de Alzheimer, pelo menos esta é a direção sugerida pelos resultados do estudo “Insight” dirigido por Bruno Dubois.